terça-feira, 19 de agosto de 2008

Por que amamos tanto a Lapa?

Ninguém tem seu encanto, ninguém eu gosto tanto, ninguém... Diga que você também não gosta! Quero é prova. É, gente. Larguei logo no título o tema dessa nossa conversa de sempre. E por que isso? Bem, passo grande parte de meus horários de translado naquele lugar, e isso desde quando ainda estudava no CESB (Colégio Estadual Senhor do Bonfim). Volta e meia ouço comentários nem um pouco amistosos a respeito da maior estação de transporte rodoviário de Salvador. Daí me perguntei: por que será?

A estação é atualmente administrada pela STP (Superintendência de Transporte Público). Agora eu mesmo ri da minha frase. E quem mais sabe da motivação desse riso do que eu que freqüento tanto aquele lugar? Tanto que já até a apelidei de “Lapa de lixo”. É uma imundice só. Conheço todos os ratos e baratas pelo nome, e olha que não são poucos. Todas as noites nós nos encontramos durante a minha interminável espera de vinte minutos para a minha volta ao lar. É esquisito o local. E tem umas meninas que ficam chamando os incautos pra tirar foto agora. Quem, mesmo incauto, em sã consciência posaria pra alguma foto na Estação da Lapa?

Cerca de 460 mil pessoas circulam diariamente na Lapa. Imaginem, quase meio milhão de pessoas em cima daquela laje mal feita. Mal feita e desgastada! Mal feita, desgastada e mal cheirosa! Mal feita, desgastada... vamos parar por aqui. Vocês já andaram pelo andar subterrâneo? Olharam pra cima, pro teto? Façam a experiência analisem se é seguro cerca de meio milhão de pessoas andarem em cima de sua cabeça. Ta bom, digamos que 60% desse total ande na parte de cima, ainda assim seriam 345.000 pessoas! E quando o metrô ficar pronto (só Deus sabe quando), ainda teremos mais alguns coitados reféns da Lapa. Vocês pagariam pra ver? Eu não.

Ainda falando do quesito segurança, já viram uma iluminação que escurece? Pois é. A iluminação da Lapa não ilumina ninguém. Pelo contrário, nos deixa expostos ao perigo de sermos assaltados a qualquer momento durante a noite. Sem contar que já de dia os assaltantes estão batendo ponto! Deveriam criar um rodízio de pivetes, assim poderíamos compartilhar nossos bens com um número maior de criminosos. Deus meu.

Mas gente, até que eu já me resignei. Passar mais de oito anos de sua vida nessa rotina desgastante de usuário do serviço público é duro. Por enquanto tenho que me conformar. Vou vendo meus amigos ratos e baratas todas as noites, no mesmo “bat-horário”. Opa, esse outro bicho não é do nosso cine trash. Acho que em Gothan City não existe um lugar como a Estação da Lapa. Se existisse, queria ver se o batman daria conta. Só batendo na mãe!