terça-feira, 7 de outubro de 2008

Vida longa ao rei!

É tão fácil fazer a coisa correta. Ainda mais se você tem o estigma da majestade. Quando se governa algo, quando se tem o poder nas mãos, é preciso sabedoria para empregá-lo com perspicácia, honestidade e honradez.

Maquiavel já disse em seus escritos (O Príncipe) que é mais fácil para um rei governar sendo temido do que sendo amado. Eu ainda não tenho base teórica pra discordar, mas julgo ser mais fácil governar sendo respeitado. Quando se inspira a imagem de um bom líder, bom no sentido amplo da palavra há a facilitação das portas do seu reino. Não pela força, mas sim pela admiração e pelo respeito.

Olhe só, essa introdução bonita e pomposa foi pra falar de uma ação beneficente lançada por esses tempos, de uma figura um tanto controversa. Sim, majestade sim. O melhor do século em seus domínios. Dizem até que ele sofre de um distúrbio de personalidade por seu brilhantismo na vida profissional em detrimento do fracasso em algumas coisas da vida pessoal.

Tô falando do Pelé, minha gente. E sem mais delongas, a ação comentada é essa aqui:



O nome da campanha é “gols pela vida”. Consiste em criar uma medalha comemorativa para cada gol que o rei do futebol marcou em sua carreira. Toda a renda com as vendas das medalhas será revestida para o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe.

Sobre a campanha: Muito boa. Digna de um rei, mesmo. Começa com o ex-goleiro da Inglaterra na copa de 70, Gordon Banks, falando sobre aquela que foi considerada a maior defesa de todas as copas, uma cabeçada quase fatal desferida por Pelé. Daí ele vem e fala: “Se eu soubesse a importância daquele gol, eu não teria defendido aquela bola. Me desculpe, Pelé”. Olha que apelo emocional fulminante! Sublime.

Sobre a idoneidade da coisa toda eu não sei. Mas o que eu sei é que se o Edson e o Pelé sempre seguissem a linha do rei que é respeitado por suas ações positivas, talvez os dois não sentissem vergonha de ser uma pessoa só.