terça-feira, 8 de julho de 2008

É foda... eba!

Um dia em que mandarei meu igual se foder e ele não ficará ensandecido!

Um dia em que os jovens não se envergonharão ao falarem sobre sexo com seus pais!

Um dia em que gozar com a cara de alguém será bom para ambos os lados da gozação!

Sim, um dia.


Perdoem-me as palavras chulas, o vocabulário roto, o duplo sentido, mas o tema me eleva a um degrau a cima de um estado pleno de consciência. Sim, senhoras e senhores, eu falo do sexo. Falo além, do dia do sexo. É possível? Sim, é provável. Alguém teve a brilhante idéia de conferir ao sexo uma data especial em nosso calendário. Mas há segundas intenções por de trás da iniciativa (e terceiras, e quartas, e quintas...). Vejam comigo a pureza da resposta da criança.


Outro dia fui surpreendido por algo inusitado quando falava com um amigo no Messenger. Sabem que as pessoas colocam frases junto aos seus nicks, que os identificam, ou que passam alguma mensagem que queiram. Pois bem, vi a seguinte frase: “Sou a favor do dia do sexo: www.diadosexo.com.br” Fiquei intrigado e acessei o link. Daí fiquei mais intrigado ainda. Chegando ao endereço me deparei com uma inteligentíssima campanha a favor da adoção desta data como nossa homenagem a pública à furnicação. Observando o site entendi o porquê desse ato tão solene. A empresa autora da campanha é a marca de preservativos Olla. Eu disse que a idéia era inteligentíssima? Não, é genial. Mas há ressalvas.


Olha só o poder que a Publicidade tem. Quando os criativos contratados decidiram criar um dia em homenagem ao sexo, relacionaram a funcionalidade do produto vendido pela marca à ação. Todo ano nesta data e por algum tempo depois da ação, será gerado um recall para a Olla com garantias de boas lembranças. E vê a data escolhida para ser o dia do sexo: 06 de setembro, um dia antes do dito dia da independência do Brasil. É a declaração da independência sexual do brasileiro oficializada. A campanha na verdade consiste em recolher a partir do site divulgador um número de assinaturas que validem a coisa. Esse abaixo-assinado será entregue a algum órgão do governo que regulamentará ou não o dia G.


wallpaper disponibilizado no site



As ressalvas? Bem, o que pode acontecer com esta ação é não se garantir em credibilidade, pois é feita por uma empresa que tem o sexo como mote de sua produção (ou seja, não seria pelo sexo em si, mas sim pelo aumento do volume de vendas). Ainda, não sei se há na constituição espaço para atribuição de datas comemorativas a temas com interesses comerciais. Além disso, é uma campanha claramente dirigida ao público jovem, como trabalha o site e a linguagem. Não sei quantos membros em riste deixarão seus CPFs em um site para tal fim. Como são jovens, é possível e provável, mas ainda assim muita gente não vai comer nada (no bom sentido). Nós já temos o dia do orgasmo, 31 de julho; um governador de um estado na Rússia já criou o dia do sexo (chupada, tudo a ver!), mas não vamos estragar a brincadeira.


Achei a atribuição da ação a uma marca de preservativos genial, criativamente falando. A escolha da data também é sugestiva, e nós brasileiros já temos uma inclinação a temas transversais (literalmente). Pelas ressalvas comentadas a cima eu não assinei o manifesto. Mas como publicitário, bem que eu gostaria de ver esta ação dando certo. Dando muito certo.