quarta-feira, 7 de maio de 2008

Os 70 de Maria

Um, dois, morrão pra dois!
(um, dois, morrão pra dois)

Três, quatro, sem ser no mato!
(três, quatro, sem ser no mato)

Vou fumar até morrer!
(vou fumar até morrer)

Quero ver quem vai prender!
(quero ver quem vai prender)

Um por todos! Todos por um!
Um por todos! Todos por um!

Maconha, maconha, maconha!

Oi? Cadê... o povo? É... Pera ainda...

Notadamente quase não escrevi sobre o prometido em meu primeiro post, a Publicidade. É que certas coisas não podem passar em branco. Caros exclamadores, acompanhem meu raciocínio: Com toda a pompa militar do nome, a coincidência da similaridade dos números e na minha cabecinha engenhosa se formou uma comparação, pra mim inevitável, deste evento, a Marcha da maconha, com um famoso e milionário épico hollywoodiano filmado em 2007, o 300 de Esparta. No nosso caso seria os 70 de Maria (Joana).

A Marcha da maconha consiste num movimento, um ato público a favor da descriminalização e legalização da multifacetada erva. O evento aconteceria simultaneamente em diversas capitais do país no domingo passado, às 14 horas, e teoricamente reuniria um número elevado de pessoas imbuídas no intuito de fazer valer o seu direito de queimar um. Mas o motivo maior dessa briga toda acabou por jogar água na ponta. A lei. Em muitas capitais a marcha foi rechaçada pela justiça. Em São Paulo e no Rio de Janeiro o Ministério Público entrou com uma liminar impedindo que os manifestantes dessem o primeiro passo. Em Florianópolis a coisa atrasou uma hora e apenas 20 participantes deram as caras. Nossa Salvador também sofreu o golpe da justiça. Todo mundo foi preso e liberado depois. Setenta jovens foram enquadrados pela Lei de drogas acusados de fazer apologia e por serem usuários. Só porque se reuniram na Praça Campo Grande pra cantar Bob e dar voz ao movimento na Bahia. Poxa, logo com o mestre Bob...

Mas voltando ao assunto, há aqui em SSA a inegável semelhança mencionada lá em cima. Temos o nosso “Lionáidas” (Leônidas), os seus 300 e a ideologia (ou somente a vontade de fumar livremente), o rei “Qzérqses” (Xérxes) e sua força bruta maciça (a lei) e o resto do mundo grego (nós não fumantes) no meio disso tudo. Ora, eu não sou a favor nem contra. Sou a favor sim do diálogo aberto, sem preconceitos ou tendenciosidades. Afinal todo mundo tem o direito de falar o que pensa e apoiar aquilo que acha melhor. Porém quem viu os filmes Cidade de Deus, Tropa de Elite e seus filhotes, teve uma visão superficial de como se pratica a comercialização da maconha aqui no Brasil. E então, como ficaria? Teríamos balinhas de maconha nas barracas? Nossa isso é papo pra livro, não cabe num post de blog. Então jogo as perguntas pra vocês, não quero ficar com as pontas dos dedos queimadas... de tanto escrever.